Não sabe a diferença entre a psicanálise e a psicologia? Leia o texto abaixo para saber como escolher o atendimento adequado.

O que é a psicanálise?
A psicanálise, criada por Sigmund Freud em 1900, não surgiu como uma nova abordagem, como o psicodrama, a análise do comportamento ou a terapia cognitivo comportamental. Freud se posicionou fora dessas correntes. Em seus textos, buscou transmitir aos leitores a singularidade de sua proposta, deixando claro que sua investigação ia além do tratamento de sintomas: tratava-se de escutar o inconsciente por meio da palavra.
Entre os muitos escritos que compõem sua obra, um em especial serve de ponto de partida para essa reflexão: o texto “Sobre a psicoterapia”, de 1904. É a partir dele que construo as considerações a seguir.
Freud destaca que a participação ativa do paciente é fundamental para o andamento de um tratamento, inclusive em casos de doenças que não respondem à medicação, por mais que a indústria farmacêutica proponha soluções imediatas.
A diferença entre a psicanálise e a psicoterapia
Existe algo que só o tratamento pela palavra é capaz de alcançar. E, nesse campo, Freud distingue dois caminhos possíveis: a psicoterapia e a psicanálise. Para ilustrar a diferença entre elas, ele recorre a uma metáfora de Leonardo da Vinci sobre a arte — que distingue processos criativos “pela via de pôr” (per via di porre) e “pela via de tirar” (per via di levare).
Na primeira, a psicoterapia, o processo é comparado à pintura: acrescenta-se algo, camadas são sobrepostas, a fim de formar uma imagem nova. Ou seja, busca-se introduzir novos elementos para substituir ou neutralizar a ideia patogênica (causadora de sofrimento).
Na segunda, a psicanálise, o trabalho se assemelha ao do escultor, que talha a pedra até que a forma existente em seu interior venha à tona. A análise não acrescenta algo externo — ela retira o que encobre, investiga o que está por trás da ideia patogênica, revelando os sentidos inconscientes que sustentam o sofrimento.
Uma abordagem é melhor do que a outra?
Não é possível afirmar que uma seja superior à outra. Cada sujeito é único — e nem todos se adaptam à psicoterapia, assim como nem todos se adaptam à psicanálise. O que diferencia o processo analítico é o convite à investigação de si, um percurso que exige interesse, implicação e certa curiosidade pelo próprio funcionamento psíquico.
A psicanálise não propõe soluções prontas. Ela se constrói a partir da fala do paciente e da escuta do analista. E isso, por si só, já é profundamente transformador.
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