Como se começam as análises?

Coloco o título no plural porque não existe a análise, uma análise. Existem análises, e com elas, os mais diversos modos de começar. O que leva alguém a procurar uma sessão varia — até mesmo nos motivos que se repetem, como a ansiedade, por exemplo. Ainda assim, cada início é singular, pois depende de quem fala e de como fala.

Há quem comece com dificuldade, seja por não confiar no analista, seja por não confiar no próprio processo analítico. Ao final das primeiras sessões, costumam ecoar perguntas como:
“Será que eu preciso mesmo disso?”
“Será que esse analista é capaz de me ajudar?”

Outros iniciam como se o destino os tivesse conduzido até ali. Como quem muito evitou, mas por fim aceitou que precisava deixar o inconsciente falar — e, assim, (re)construir sua história.
Há também quem, logo na primeira mensagem enviada pelo WhatsApp, revele a urgência:
“Qual o seu horário mais próximo?”

Cada análise começa a partir de uma primeira demanda trazida pelo paciente — alguém que chega ainda sem uma transferência estabelecida, mas com alguma disposição inicial de falar.
Essa disponibilidade, por vezes, dura pouco. Com uma ou duas sessões, o processo pode se encerrar — ainda que algo tenha sido semeado, pronto para brotar mais adiante.
Em outros casos, a demanda se transforma, a palavra ganha espaço e, com a transferência instaurada, o percurso se estende: meses, anos, ou até décadas.

O modo como a transferência se estabelece é único para cada sujeito. A relação entre analista e analisante precisa ser construída — e é a partir daí que se vê o que poderá advir.
Se, por parte do analisante, há uma disposição inicial para falar, por parte do analista há uma aposta: a de que o sofrimento trazido ali diz de algo que escapa à medicina, algo que não se resolve com explicações biomédicas. Um sintoma que fala.

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